Água não é mercadoria: Compesa é fatiada em leilão bilionário na B3

Nesta quinta-feira (18/12), a mercantilização do saneamento avançou mais um passo. A Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) foi levada a leilão na B3, em São Paulo, transformando um serviço essencial em ativos financeiros disputados por fundos de investimento.

A companhia foi dividida e entregue em dois blocos, consolidando a lógica do lucro sobre o direito social:

  • Bloco MRAE1 (Sertão e Petrolina): Arrematado pelo fundo de investimentos Pátria, com uma oferta de outorga de R$ 720 milhões.
  • Bloco MRAE2 (Região Metropolitana do Recife e Sertão do Pajeú): Arrematado pelo Consórcio Pernambuco Saneamento (formado pela BRK Ambiental e Acciona). O grupo ofertou mais de R$ 3,5 bilhões — um valor muito acima do mínimo exigido de R$ 2,2 bilhões, demonstrando o apetite voraz do mercado privado sobre a exploração desses serviços.

Enquanto o martelo bate na bolsa de valores e bilhões são movimentados, a preocupação com o acesso universal e a tarifa justa só aumenta. A lógica privada busca o retorno financeiro, não o bem-estar social.

Seguimos firmes na nossa posição: saneamento não é balcão de negócios.

SÓ O SANEAMENTO PÚBLICO TEM COMPROMISSO COM O DIREITO À ÁGUA!