Até quando ???

Mais uma vez a população sendo vítima da ganância das empresas do setor elétrico.

A energia elétrica, um produto tão essencial à vida e ao desenvolvimento, portanto, estratégico para o país, vem sendo tratado pelos rentistas que “abocanharam” o setor na farra das privatizações como comodities. Além de grande parte da sociedade não suportar mais os elevados preços da tarifa, estão sujeitos sistematicamente a apagões e oferta precária da energia.

O grande exemplo é São Paulo, na famosa lei de Murphy – o que começa errado só pode dar errado, e, nesse caso, dá muito errado e a população paga o preço, um preço altíssimo.

Nos últimos dias, convivemos novamente com apagões nas áreas de concessão da Enel São Paulo, deixando milhares de pessoas no escuro por vários dias, desde residências com pessoas enfermas dependendo da energia para manter a vida aos pequenos comércios locais.

As agências de regulação, em especial a ARCESP em São Paulo, conveniada com a agência reguladora nacional – ANEEL, ficam à mercê das grandes empresas e não cumprem seu papel. Boa parte das empresas do setor, a exemplo da ENEL, só focam no lucro, precarizam as condições de trabalho com a drástica redução de trabalhadores e não realizam manutenções. Já foram denunciadas por informar indicadores técnicos que não correspondiam à realidade enfrentada pela população.

O simples consumidor, que paga suas contas em dia e, se não pagar, o fornecimento é cortado, se pergunta cotidianamente: quantos apagões, quantos comércios precisam fechar as portas e quantas pessoas ainda precisam morrer para que as agências tomem providências vigorosas para caducidade do contrato da ENEL São Paulo, assim como na Enel Ceará, que a ANEEL recomendou ao MME a não renovação do contrato de concessão.

Diante dessa naturalização do descaso, há governantes movimentando-se em favor da cassação da concessão da ENEL, a exemplo do governo de São Paulo. Mas não nos enganemos! Esses são os que historicamente defendem estado mínimo e se mobilizaram para implementar as grandes privatizações do Brasil, como a BR distribuidora, Saúde, Sabesp e todo o setor elétrico.

O Sinergia CUT, a Federação Sudeste dos Urbanitários e a Confederação Nacional dos Urbanitários sempre lutaram contra a privatização do setor e pelo controle social dos serviços públicos, em especial, da energia elétrica, por entender que um serviço essencial e estratégico para o desenvolvimento e a soberania do Brasil não pode estar nas mãos do setor privado.

No processo de privatização do estado de São Paulo, denunciamos o favorecimento para as empresas pretendentes e as consequências desse processo tão nefasto à qualidade do serviço prestado. É o que vivenciamos hoje. Tarifas altíssimas, apagões recorrentes e cada vez com maior tempo para solucionar. Uma concessão privada que atua no pior nível de um serviço público e estratégico.

No último período, foram abertas audiências públicas, por meio da ANEEL e Ministério de Minas e Energia para elaboração de um novo contrato para renovação das concessões de 19 empresas de distribuição de energia elétrica, alcançando aproximadamente uma população de 70% do território nacional.

Nossas entidades participaram ativamente desse processo, demostrando através de dossiês os problemas enfrentados pelos consumidores de energia elétrica no país, em especial em São Paulo e Rio de Janeiro, com contribuições propositivas, visando aumentar o quadro de trabalhadores, mais qualificação, intensificação da punição às empresas que não cumprem o contrato, a responsabilidade pela eliminação da pobreza energética, modicidade na tarifa. Em vão, o que prevalece é o lobby dos grandes grupos empresariais.

Defendemos que a ANEEL não recomende ao Ministério de Minas e Energia a renovação da concessão da ENEL e que seja aplicada a lei da caducidade pelos péssimos serviços prestados à população de São Paulo e grande são Paulo.

Nós, urbanitários, manteremos nossa luta permanente junto aos órgãos competentes para que seja os serviços públicos sejam realizados por quem tem responsabilidade com o povo brasileiro, e mobilizando nos locais de trabalho e nas ruas para que o serviço prestado por essas empresas tenha qualidade e condições dignas de trabalho.

O tempo é o agora! Nosso futuro de nossa capacidade de desmascarar a extrema direita e seus aliados, esses grupos empresariais mobilizar a sociedade em torno do projeto de país que defendemos para nossos filhos e gerações futuras. De sermos capazes de defender nosso legado e consolidar 

políticas públicas e ferramentas para que a indústria e a agricultura sejam impulsionadas a um novo patamar de desenvolvimento, com transição energética justa, gerando prosperidade, com melhores empregos e distribuição de renda mais justa para a população.

Fonte: Sinergia CUT